".. A música e os pássaros têm muito em comum, é que não conhecem fronteiras, não há lei que os impede navegar ao redor do mundo .. a música começa onde termina a linguagem, porque exprime o inexplicável .."

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


Sahara Project


O Sahara Project é um trio do musica instrumental com influencias de Rock Progressivo, Blues e Hard Rock. Formado em 2012 a banda se destacou por nunca ter tocado covers (pratica bastante comum entre bandas novas que buscam seu lugar ao sol). O download de hoje (sim temos download hoje!) traz a demo do Sahara Project, contendo 3 musicas o destaque fica para a faixa "Desert Part I" com suas varias mudanças de andamento a faixa chama a atenção, a faixa "Riff (dog song)"  traz os latidos de um simpatico cachorrinho na intro, apesar de parecer loucura soou interessante.

O Sahara Project conta com: Thiago Teberga (guitarra), Gutto Guarnieri (baixo) e Ana Faria (bateria).

Agora é momento de puxar um pouco pro meu lado..(rs). Afinal eu sou o guitarrista da banda! Espero que essa demo agrade a quem escutar, me sinto muito feliz e honrado pelas boas criticas recebidas do dono do blog Daniel Faria e desde ja agradeço muito pelo espaço cedido e pela força!

Set List:

1. Desert Part I
2. Family Song
3. Riff (dog song)


ZZ Top - Waitin' for the Bus / Jesus Just Left Chicago


Para começar bem o fim de semana, nada melhor que boa música, então vamos atacar com o trio do texas, ZZ Top. O vídeo mostra a apresentação dos barbudos no Crossroads Guitar Festival 2010. No set list apenas dois clássicos: Waitin' for the Bus e Jesus Just Left Chicago, ambas do álbum Tres Hombres (1973). Confiram abaixo.
Review: Ari Borger Quartet - Back To The Blues (2012)

Por Daniel Faria

Com muitos álbuns para resenhar, porém sem inspiração, essa tem sido a realidade do blogueiro que vos escreve. Mas vamos lá.

O ano de 2012 tem sido surpreendente em relação aos lançamentos na cena musical, é um álbum melhor que o outro, algo que com certeza irá dar trabalho para quem se arriscar a fazer as tais listas com os melhores do ano. Bom, hoje trago até vocês, o álbum Back To The Blues (2012), o mais novo trabalho do Ari Borger Quartet. O organista chega ao seu terceiro trabalho ao lado do seu quarteto e o quarto, se contarmos o álbum Blues da Garantia (2002).

Para quem já conhece os trabalhos anteriores do Ari Borger, não será novidade nenhuma saber que Back To The Blues (2012) está surpreendente em todos os sentidos. Em relação aos álbuns anteriores, o organista voltou às raízes do blues para montar o repertorio do seu novo álbum. A grande diferença, no entanto, foi o seu notável amadurecimento como organista e pianista, uma evolução impressionante e também a bagagem musical que adquiriu nos álbuns AB4 (2007) e Backyard Jam (2010), algo que contribuiu para que o seu novo álbum ganhasse um toque mais refinado e elegante. Seu quarteto também teve uma mudança, porém muito significativa na minha opinião, que foi a chegada do experiente baixista Rodrigo Mantovani, que se juntou aos já conhecidos Celso Salim (guitarrista) e Humberto Zigler (baterista).

Back To The Blues (2012) foi lançado pela ST2, o álbum foi gravado ao vivo no estúdio em apenas três dias. No repertório releituras de clássicos do blues e composições próprias. Com exceção da clássica “I’d Rather Go Blind”, cantada por Bia Marchese, o restante do álbum é todo instrumental. Entre as releituras, escolhidas a dedo pelo quarteto, estão a funkeada “Funk Miracle” dos Meters, a “Key to The Highway” que foi regravada inúmeras vezes, inclusive por BB King e Eric Clapton, e por fim “Back at the Chicken”, música do lendário organista Jimmy Smith. Completando o álbum estão as composições próprias, todas de excelente qualidade, são elas “Boogie Train”, “Coming Home”, “Boogie Pro Bê”, uma das melhores e mais inspiradas do álbum e por fim a faixa titulo “Back To The Blues”.

Como vocês puderam ver nas últimas postagens, eu tive a grande honra de ir a um show de lançamento do Back To The Blues, inclusive onde garanti o meu exemplar do álbum. Conheço o som do Ari Borger há alguns anos, o que me torna um quase suspeito para falar e elogiar. A qualidade sonora desse quarteto impressiona, não só no estúdio, mas também ao vivo. Ari Borger é sem duvida um dos melhores organistas / pianistas do Brasil, quiçá do mundo, sua técnica é apuradíssima e uma capacidade de compor refinada. Celso Salim é outro que merece todo meu respeito e admiração, é um guitarrista como poucos no país, sabe tocar blues e jazz como poucos, o mesmo posso dizer do baixista Rodrigo Mantovani, que foi uma grande surpresa vê-lo no quarteto, eu que já conhecia seu trabalho, tinha certeza que essa parceria iria render um som de qualidade e espero que continue, e por fim o baterista Humberto Zigler, que já é um velho conhecido, que assim como o Salim, está desde os tempos do AB4 no quarteto, um grande baterista.

Em relação ao Back To The Blues, cabe apenas elogios, tem tudo para figurar entre os melhores álbuns do ano, e com toda justiça. Como ouvinte, eu só tenho uma pequena reclamação a fazer, o álbum é muito curto e como vi o show, e depois ouvi o álbum, senti que o guitarrista Celso Salim poderia ter sido mais explorado, abusado mais dos solos, já que no show isso deu um toque muito especial. Bom isso não tira o brilho e qualidade do álbum, que até o presente momento já esqueci quantas vezes já ouvi, pois é muito bom. Recomendo a todos, não só que comprem o álbum, mais que vá a um show do Ari Borger Quartet. Boa Audição.

01.Boogie Train
02.Back to the Chicken Shack
03.Key to the Highway
04.Coming Home
05.Funky Miracle
06.I’d Rather Go Blind
07.Boogie pro Bê
08.Funky Jam
09.Back to the Blues

Site Oficial: Ari Borger Quartet

Ontem dia 26 o Ari Borger Quartet se apresentou na abertura do Programa do Jô, para divulgar o seu mais novo álbum, Back To The Blues.

Em 2012, ano que comemora 20 anos de atividade profissional, ele decidiu gravar um disco inteiro dedicado a esse gênero. Opção natural para um músico que morou durante anos em New Orleans e tocou nas mais renomadas casas da região, como o “House of Blues” e “Tipitina´s”. “Back to the Blues” foi gravado ao vivo em apenas 3 dias, de forma analógica, na melhor tradição “old school”. São 5 composições inéditas de autoria de Ari Borger, sendo que na faixa “Funky Jam”, a parceria é dividida com sua banda e mais 4 novas interpretações para “Chicken Shack”, “Key To The Highway”, “Funky Miracle” e “I’d Rather Go Blind”. Seja em composições próprias ou retomando canções clássicas, o Ari Borger Quartet nos entrega uma musica contagiante, repleta de feeling e personalidade. O ímpeto criativo de Ari somado aos talentos individuais de cada músico da banda, resulta numa experiência de alto impacto emocional e valor estético insuperável. “Back to the Blues” é um disco que já nasce clássico. (Fonte: ST2 Music)

Tracklist

01 Boogie Train
02 Back At The Chicken Shack
03 Key To The Highway
04 Ccoming Home
05 Funky Miracle
06 I'd Rather FGo Blind
07 Boogie Pro Bê
08 Funky Jam
09 Back To The Blues
When the Sun Goes Down: The Secret History of Rock & Roll (2002)

Artista: Vários artistas
Título: WTSGD: The Secret History of Rock & Roll
Gênero: Blues
Ano de Lançamento: 2002
Selo/gravadora: Sony/Bmg (Bluebird Records)

Por Ricardo Seiti

Quarto e último álbum da série, apresentando os rumos do Blues,em especial agora sobre o surgimento do Rockabilly e o Rock. O foco agora é o período pós-2ª guerra mundial. Conforme a análise do encarte do disco, o conflito mundial foi um divisor de águas não só para o Blues mas como para a música popular. As gravações vão de 1939 a 1955.


Com a escassez de recursos, o foco das gravadoras era os artistas de maior expressividade, daí a aposta dos grandes selos nos músicos de Chicago e no gênero Country. Os músicos do Delta Blues migravam para os selos independentes enquanto o interesse das grandes gravadoras era tornar o Blues cada vez mais "comercial" e rentável.


Destaques desta quarta e última coletânea:

O quinteto vocal The Five Breezes, com "My Buddy Blues".Alheios à modernização do Blues, o grupo tinha um excelente trabalho vocal, em que a voz se sobrepunha aos elementos elétricos. Ninguém menos que Willie Dixon, uma das lendas do Blues,era apenas um músico coadjuvante nesta gravação.

Arthur "Big Boy" Crudup, com "That's all right". Arthur Crudup talvez tenha sido o músico mais completo do Blues. Suas gravações vão desde o estilo Delta Blues, passando pelo estilo Chicago até pre-criar o Rockabilly. Bem, ninguém menos que Elvis Presley era seu fã e regravou esta música em seu início de carreira.


Little Richard, com "Get rich quick", de 1951. Nascido Richard Wayne Pennyman, Little Richard foi o pioneiro do Rock. Incorporou saxofone, piano, guitarra, contrabaixo e guitarra elétrica ao gênero, além de seus vocais gritantes.

Track List

01. Doctor Clayton - Pearl Harbor Blues
02. The Five Breezes - My Buddy Blues
03. Big Maceo - Worried life Blues
04. The Cats & A Fiddle - I'd rather drink muddy water
05. Memphis Slim - Grinder Man Blues
06. Pete Johnson & Albert Ammons - Walkin' the Boogie
07. Lil Green - Why don't you do right
08. Robert Lockwood - Little Boy Blue
09. Doctor Clayton - Angels in Harlem
10. Sunnyland Slim - Illinois Central
11. Eddie Boyd - Chicago is just that way
12. Arthur "Big Boy Crudup" - That's all right
13. Henry "Red" Allen - Get the Mop
14. Jazz Gillum - Look on Yonder Wall
15. Roosevelt Sykes Trio - Anytime is the right time
16. Tampa Red - When things go wrong with you
17. Arthur "Big Boy" Crudup - Dust my broom
18. Washboard Sam - Soap and water Blues
19. Piano Red - Rockin' with Red
20. Tampa Red - Sweet Little Angel
21- Arthur "Big Boy" Crudup - My baby left me
22. Johnny Moore'w Three Blazers - How Blues can you get (Downhearted)
23. Piano Red - Right String, but the wrong yo-yo
24. Sonny Terry - Ride and Roll
25. Little Richard - Get rich quick
Artista: Vários artistas
Título: WTSGD: The Secret ]History of Rock & Roll - That's Chicago's South Side
Gênero: Blues
Ano de Lançamento: 2002
Selo/gravadora: Sony/Bmg (Bluebird Records)

Por Ricardo Seiti

Terceiro álbum da série When the sun goes down: The secret history of Rock & Roll,que mostra a trajetória do Blues desde seu surgimento até os dias atuais.

Como o próprio nome da coletânea diz, a cidade de Chicago foi um dos principais locais onde o Blues se modernizaria. Fenômenos econômicos, sócio-culturais e o advento e fim da 2ª guerra ocasionaria uma grande migração da população do sul dos Eua aos grandes centros.

Sairiam de cena os instrumentos e elementos folclóricos iniciais do Blues para dar lugar ao piano, guitarra elétrica, bateria, contrabaixo. O Blues deixava de ser uma música de raiz, um lamento nas cidades do rio Mississipi para se tornar um meio de diversão nos grandes centros urbanos.

Pete Wheatstraw, um dos pioneiros nessa nova fase, ainda bem apegado ao Delta Blues, tocava seu piano de forma bem peculiar, como se estivesse dedilhando um violão.

Nessa fase podemos notar a quase ausência do violão e o abuso no uso do piano, símbolo da modernização do Blues, assim como o contrabaixo.Também os vocais, que se tornariam menos lamuriosos, passando a ser mais roucos e agressivos, já antevendo o advento do rockabilly. As gravações vão de 1931 a 1942.

Track List

01. That's Chicago's South Side (Burns Campbell Orchestra Sam Theard)
02. Peetie Wheatstraw (Peetie Wheatstraw)
03. Devil's Island Gin Blues (Roosevelt Sykes)
04. Sail On, Little Girl, Sail On (Bumblebee Slim)
05. Black Gal, What Makes Your Head So Hard? (Joe Pullum and R. Cooper)
06. I Lost My Baby (Lil Johnson)
07. Keep Your Hands Off Her (Big Bill Broonzy)
08. When the Sun Goes Down (Leroy Carr)
09. Selling My Pork Chops (Memphis Minnie)
10. Every Day I Have the Blues (Pine Top)
11. Sweet Sixteen (Walter Davis)
12. Honky Tonk Train Blues (Meade Lux Lewis)
13. Trouble In Mind (Richard M. Jones)
14. He Roars Like a Lion (Merline Johnson)
15. Prowling Night Hawk (Robert Lee McCoy)
16. Good Morning School Girl (Sonny Boy Williamson)
17. You Got to Fix It (Speckled Red)
18. Bucket's Got a Hole in It (Washboard Sam)
19. Bottle It Up and Go (Tommy McClennan)
20. Key To the Highway (Bill "Jazz" Gillum)
21. Don't You Lie to Me (Hudson Whittaker)
22. What Is That She Got (Johnny Temple)
23. Going Down Slow (St. Louis Jimmy)
24. Hobo Blues (James "Yank" Rachel)
25. He's a Jelly Roll Baker

Destaques desta terceira coletânea:

Joe Pullum, com "Black gal, what makes you head so hard?", de 1934. Com seu vocal cool e agudo, Joe Pullum se sobressaía no Blues, às vezes acompanhado até de 02 pianistas. A música é de Joe Pullum porém a figura no vídeo é de Blind Lemon Jefferson.

Meade Lux Lewis, com "Hank tank trains Blues, de 1936. Música instrumental, com sua natureza incisiva para o surgimento do rockabilly, muito parecida com o estilo de Jerry Lee Lewis.

Lonnie Johnson, com "He's a Jelly Roll Baker", de 1942. Uma das figuras mais simpáticas e queridas do Blues, Johnson também usava o piano de forma bem tímida, sobressaindo-se sua boa técnica no violão.

When The Sun Goes Down: The Secret History Of Rock & Roll - The Frist Time I Met The Blues (2002)
Artista: Varios Artistas
Título: When the Sun Goes Down: The Secret History of Rock 'n' Roll - The Frist Time I Met The Blues.
Gênero: Blues
Ano de lançamento: 2002
Selo/gravadora: Sony Bmg (Bluebird Records)

Por Ricardo Seiti

Segundo disco da série When the Sun Goes Down: The Secret History of Rock & Roll, apresentando os grandes músicos do Blues na época pré-2ª guerra mundial. Como o próprio comentário do álbum diz, ao pensarmos em Blues (do início, claro) logo pensamos na imagem do violonista triste e solitário, mas as músicas deste disco mostram como o Blues era muito mais abrangente.


O Blues ensaiava algumas aproximações com o Jazz - a cantora e multi-instrumentista Victoria Spivey tinha em suas gravações vários instrumentos de sopro e músicos vindo do Jazz, assim como Genevieve Davis, Lizzie Miles, Edna Winston e outras. A presença feminina e a ligação do Blues com o Jazz suavizava então o gênero, até então quase que essencialmente masculino e marginal.

À parte também do Blues tradicional, havia as Jug Bands, como a Gus Cannon Jug Stompers e Memphis Jug Band, com suas variedades sonoras e instrumentos como Banjo, Harmônica, Violão, Kazoo e Jug (uma espécie de garrafão que soprado emitia notas graves como um contrabaixo, na época ainda nem usado no Blues).


Já em um estilo mais moderno, predominando o piano, estilo Blues de Chicago, Little Brother Montgomery cantava "The First Time I Met The Blues", que influenciaria Buddy Guy, que por sua vez seria uma das inspirações de John Lee Hooker, que depois inspiraria Eric Clapton. As gravações vão de 1927 a 1936.

Destaques desta segunda coletânea:

Gus Cannon Jug Stompers, com "Viola Lee Blues", com sua variedade sonora e instrumentos folclóricos e o vocal potente de Noah Lewis.

Furry Lewis, com "Judge Harsh Blues".Furry era um guitarrista e vocalista de slide guitar meio limitado, mas com sua técnica simples e eficiente e vocal sofrido teria grande influência no Blues. Ninguém menos que Keith Richards, dos Stones, o redescobriu e virou seu fã, convidando-o a abrir alguns shows dos Rolling Stones na início dos anos 80.
When the Sun Goes Down: The Secret History of Rock 'n' Roll

Artista: Varios Artistas
Título: When the Sun Goes Down: The Secret History of Rock 'n' Roll
Gênero: Blues
Ano de lançamento: 2002
Selo/gravadora: Sony Bmg (Bluebird Records)

Por Ricardo Seiti

Primeiro de uma ótima série de 04 discos, essencial para quem quiser conhecer um pouco mais os primórdios do blues e seus vários sub-gêneros. Ao longo dos 04 álbuns, cerca de 100 artistas nos apresentam o blues a partir de seu surgimento,oriundo dos cânticos primitivos dos escravos nas plantações de algodão no sul dos Estados Unidos até sua chegada a Chicago e sua transformação para o rockabilly e o rock'n'roll.

A série foi muito elogiada pela crítica e imprensa musical, quando lançada em 2002.As gravações são da Bluebird Records, na época um braço da gravadora RCA Victor,que na década de 30 era responsável por lançar artistas "menos rentáveis", nos casos os músicos do blues. A RCA Victor foi recentemente adquirida pela Sony/Bmg.

A coletânea apresenta uma excelente qualidade sonora (quem pesquisa o blues de raiz da década de 20 e 30 sabe como o som é precário) e faz observações detalhadas sobre cada música, como data de gravação, seus músicos e instrumentos,além do cenário sócio-econômico e cultural e fotos da época.

Nas músicas deste primeiro álbum, que vão de 1926 a 1941, o que chama a atenção para nós, blueseiros do século 21,acostumados com o blues elétrico, é a rusticidade e ingenuidade dos instrumentos e elementos usados pelos músicos da época. Além é claro do violão, banjo, acordeon, harmônica, violino e eventualmente piano, outros instrumentos praticamente extintos como o jug, kazoo e washboard e uma certa aproximação com a música gospel nos apresentam uma pequena amostra da importância que o blues viria a ter para a música mundial.

Destaques desta primeira coletânea: (Videos no final do post)

Robert Petway, com "Catfish Blues", de 1941: Assim como Robert Johnson, Robert Petway teria carreira curta porém importantíssima para o blues. Apesar de ter gravado apenas 16 músicas, seu vigoroso dedilhado ao violão e seu vocal potente influenciaria muitos músicos, como John Lee Hooker e Muddy Waters.

The Carter Family, com "Wooried man blues", de 1930: As irmãs Maybelle Addington, Sara Dougherty e seu marido Alvin Pleasant Delaney Carter tiveram uma grande contribuição para o blues, com seu ótimo trabalho vocal influenciado pelo gospel e a boa técnica ao violão de Maybelle.

Amede Ardoin e Denus Mcgee, com "Les Blues de Voyage", de 1934: O violino, tocado por Denus Mcgee, já era comum no blues, mas o acordeon executado por Amede Ardoin com influências do Cajun (estilo musical difundido por imigrantes vindos da França) viria a enriquecer ainda mais o blues.

Track List

01. Robert Petway - Catfish blues
02. Big Joe Williams - Baby, please don't go
03. Leadbelly - Ham an' eggs
04. Big Bill Broonzy - Mississipi River Blues
05. Trixie Butler - Just a good woman through with the blues
06. Milton Brown & his Musical Brownies - Garbage man blues
07. Bukka White - The Panama limited
08. Tommy Johnson - Cool drink of water blues
09. Leadbelly - The midnight special
10. Carter Family - Wooried man blues
11. Amede Ardoin & Denus Mcgee - Les blues de voyage
12. Andrew & Jim Baxter - K. C. railroad blues
13- Rev. J. M Gates - Somebody's been stealin'
14. Alberta Hunter - Beale street blues
15. Noah Lewis - Devil in the wood pile
16. Gus Cannon's Jug Stompers - Walk right in
17. Julius Daniels - Ninety-nine year blues
18. Bessie Tucker - Got cut all to pieces
19. Gus Cannon's Jug Stompers - Feather bed
20. Julius Daniels - Can't put a bridle on that mule this morning
21. Deford Bailey - Davidson county blues
22. Frank Crumit - Frankie and Johnny
23. Taskiana Four - Dixie Bo-bo
24. Paul Robeson - Sometimes I feel like a motherless child
25. The Hall Johnson Choir - St. Louis Blues

Robert Petway, com "Catfish Blues", de 1941.
Gabriela Pepino - "Let me Do It"

Semana passada recebi por email a dica de uma jovem cantora de jazz brasileira, chamada Gabriela Pepino. Eu não conhecia o trabalho dela, mas em uma rápida busca no youtube e o site oficial da cantora, bastou para constatar que se trata de uma jovem muito talentosa. E em se tratando de Brasil, temos que valorizar esses talentos, ainda mais quando envolve jazz/blues. O release abaixo, foi escrito por Mauro Ferreira, e me enviado por email pela pessoa que deu a dica. Enfim, não tem muito o que dizer, leiam o release, assistam o video e claro, acessem o site oficial dela para conhecer um pouco mais da carreira e ouvir as outras músicas do primeiro álbum da Gabriela.

Por Mauro Ferreira

"I wanted to sing a jazzy song / But they wouldn't let me do it / Let me do it, hum, let me do it", suplica, com sua voz quente, Gabriela Pepino no refrão de Let me Do It, música de autoria da artista mineira que batiza e abre seu primeiro disco, lançado pelo selo Ultra Music. Basta ouvir a primorosa gravação desta composição para não restar dúvidas de que Gabriela Pepino pede no refrão para fazer o que sabe. Let me Do It, o álbum, apresenta uma cantora e compositora no domínio pleno e precoce de sua Arte. Uma intérprete hábil no canto de temas de jazz (já defendidos por ela em festivais dedicados ao gênero), blues, soul e pop. Ritmos que sintetizam as influências musicais desta cantora diplomada na Escola de Canto Babaya - em Belo Horizonte (MG) - e pós-graduada na Berklee College of Music, a escola de música mais conceituada dos Estados Unidos, para onde Gabriela Pepino rumou em 2004, quando ainda contabilizava 17 anos.

Impressiona em Let me Do It - disco idealizado e produzido pela própria Gabriela Pepino sob a direção musical do guitarrista Gilvan de Oliveira, autor dos arranjos - a técnica da cantora. A maestria com que suinga e atinge as notas com leveza é típica de veteranos. Contudo, a essa técnica lapidada na última década, o CD alia o requinte instrumental da gravação. Músicos como o baterista Lincoln Cheib, o baixista Adriano Campagnani e o citado Gilvan de Oliveira fazem a cama para que Gabriela Pepino deite e role no canto deste repertório soa absolutamente natural em sua voz. "Fiz neste disco o que eu sempre quis fazer. Eu me preparei muito para gravá-lo e cheguei pronta, sabendo o que queria. A influência do jazz, do blues e do soul é natural. Desde pequena, eu canto em inglês e escuto esses gêneros no meu cotidiano", frisa Gabriela Pepino.

Sim, a veia norte-americana da artista pulsa em Let me Do It de forma natural. O uso recorrente de backing-vocals - todos em fina sintonia com o canto da artista em If I Lived in France, outro tema da lavra de Gabriela Pepino, que cita na letra símbolos do país que abriga a Torre Eiffell - evoca a alma da música norteamericana de outros tempos. Com sua textura orgânica, Let me Do It tem um clima vintage, reverenciando com frescor o som de outras eras em seu repertório essencialmente autoral. My Dream Is You, uma das baladas do disco, exemplifica o apuro dos arranjos - em especial na disposição das cordas da Orquestra de Cordas Sesi-Minas - e a pegada pop de algumas faixas. "O pop também é forte em mim. Mas é pop dos anos 70. Eu deveria ter nascido em outra época", brinca Gabriela Pepino.

De outra época - e do repertório de um ícone feminino do universo pop - vem I Don't Wanna Fight, sucesso de Tina Turner. O tema de Lulu Lawrie (a cantora britânica Lulu, do hit To Sir, With Love), Billy Lawrie e Steve DuBarry foi gravado pela cantora em 1993 no álbum What's Love Got to Do with It, trilha sonora do homônimo filme. Trata-se do último grande sucesso de Tina, rebobinado com habilidade por Gabriela Pepino, sem cair na imitação do registro original da música. Ainda fora da seara autoral que domina Let me Do It, o disco fecha com Someone to Light Up my Life, versão em inglês de Se Todos Fossem Iguais a Você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes), marco inaugural que abriu em 1956 a monumental parceria de Tom com Vinicius.

A música soberana de Jobim tem seu sotaque universal realçado por Pepino num disco que dialoga com as tradições do soul e do rhythm and blues em temas cantados em inglês como Change e Headache, outras duas inéditas autorais da artista. Tradições abordadas com um feeling orgânico, sem os timbres artificiais e mecânicos das gravações atuais. Mérito potencializado pela mixagem (capitaneada por Henrique Soares Martins no Ultra Estúdio, em Belo Horizonte, onde o disco foi gravado de agosto a outubro de 2011) e pela masterização feita pelo conceituado engenheiro de som Tom Coyne no Sterling Sound, o não menos conceituado estúdio de Nova York (EUA). O apuro técnico na finalização do disco faz com que os sons e instrumentos estejam bem delineados - são perceptíveis as linhas do baixo, por exemplo - sem que a voz de Gabriela Pepino saia jamais do primeiro plano.

É espantosa a naturalidade com que a artista encara um blues como Dose of Scotch (Gabriela Pepino), como se estivesse ambientada em um cabaré dos anos 20 ou 30. O senso rítmico da intérprete também salta aos ouvidos nas interpretações de músicas como Baby (Gabriela Pepino) mais uma prova da inspiração e do talento natural da artista como compositora. A extensão da voz lapidada em aulas de canto é perceptível nas passagens mais altas da balada Unexpected (Gabriela Pepino).

Outra balada do repertório autoral, Deepest Shadow (Gabriela Pepino), chama atenção e se diferencia no disco por trazer a participação de Marina Machado, cantora cultuada no universo pop mineiro. O dueto de Marina com Gabriela resulta harmonioso e valoriza uma canção cheia de vida, pronta para ganhar as paradas.

Como a iniciação de Gabriela Pepino na música, a opção por cantar e compor em inglês acabou sendo natural. "Foi maior do que eu! Essas músicas, que já venho compondo há quatro anos, foram saindo em inglês e já chegaram praticamente com melodia e harmonia prontas", relata Gabriela Pepino.

Em tempos de músicas e cantoras estéreis, programadas para seguir o ritmo do momento, Let me Do It aplica injeção de vitalidade e honestidade no mercado viciado. Gabriela Pepino é uma cantora de verdade que faz música de verdade. Como nos velhos tempos. A História - e o sucesso da saudosa Amy Winehouse (1983 ?? 2011) corrobora a tese - tem sido favorável a quem segue essa trilha retrô com alma. Let Gabriela Pepino Do It! 
Seasick Steve - Walkin’ Man: The Best of Seasick Steve (2011)
Artista: Seasick Steve
Título: Walkin’ Man: The Best of Seasick Steve
Gênero: Blues
Ano de Lançamento: 2011
Selo/Gravadora: Rhino

Uma breve resenha sobre o guitarrista Seasick Steve, enviada pelo leitor Ricardo. Uma dica muito interessante, eu mesmo não o conhecia. Fica a dica.

Por Ricardo Seiti

A pouco tempo conheci o bluesman norte-americano Seasick Steve. Logo ao ver o primeiro vídeo, me impressionei. Sua simplicidade, sua técnica e sua energia me contagiaram. Sua voz grave me lembra John Lee Hooker.

Alguns fatos importantes de sua recente carreira: apesar de trabalhar a bastante tempo como produtor e músico de apoio, Steve só lançou seu primeiro trabalho em 2004, aos 63 anos. Hoje, aos 71 anos, já são 05 discos e uma coletânea, e não só seu talento é reconhecido, como também sua história sofrida, um grande exemplo de vida.

E que bom ver também que o blues sempre nos apresenta gratas surpresas.

Track List

01. Dog House Boogie
02. Cheap
03. I Started Out with Nothin' and I Still Got Most of It Left
04. Diddley Bo
05. Thunderbird
06. Happy Man
07. Cut My Wings
08. Treasures
09. St. Louis Slim
10. 8-Ball
11. Don't Know Why She Loves Me But She Do
12. Walkin' Man
13. You Can't Teach an Old Dog New Tricks
14. Fallen Off a Rock
15. The Banjo Song
16. Never Go West
17. My Donny
18. Prospect Lane
19. Xmas Prison Blues
20. That's All
21. Dark

Seasick Steve acompanhado do baixista John Paul Jones (ex-Led Zeppelin)
Back Door Slam
2009 - Live From Bonnaroo
Gênero: Blues Rock



Back Door Slam tinha tudo para ser uma banda de blues rock bem sucedida no cenário musical, principalmente pela qualidade que os caras demostraram no álbum debut Roll Away (2007). Porém o trio formado por Davy Knowles (guitarra), Ross Doyle (bateria) e Adam Jones (baixo), não durou o suficiente, já que a banda chegou ao fim em 2009, para tristeza dos amantes da boa música. Apesar disso, o guitarrista Davy Knowles decidiu seguir projeto solo, porém manteve o nome da banda, surgindo assim o Davy Knowles & Back Door Slam, formada pelos músicos PK (baixo), Steven Barci (bateria) e Ty Bailie (teclados). Essa formação atual já rendeu o excelente álbum Comming Up For Air (2009), que recomendo para quem quiser conhecer melhor o trabalho dos caras.

Gravado em 2008 e lançado no ano seguinte, o álbum Live From Bonnaroo é o único registro ao vivo dos caras e mostra mais uma vez a qualidade da banda quando o assunto é blues rock. Com Davy Knowles na guitarra/voz, Adam Jones no baixo e Ross Doyle na bateria, a banda subiu ao palco com a formação original e trouxe um repertório recheado de clássicos do blues e com músicas do primeiro e segundo álbum da banda. O show começa a todo vapor uma sequencia de três músicas do álbum debut, os blues rock "Outside Woman Blues" e "Heavy On My Mind", e o blues "Gotta Leave", uma canção bem Zeppeliana. Na sequencia a banda rende uma homenagem ao rei do blues, B.B.King, com a música "Riding With The King", diga-se de passagem uma interpretação impecável, com um solo inspiradíssimo do Davy Knowles. Outro destaque fica por conta da música "Almost Cut My Hair" de David Crosby. "Come Home" é sem dúvida uma das melhores composições dos caras e que estava presente no debut, a pegada dessa música é incrível, com Adam Jones tocando muito. É do bluesman Robert Cray a música "Back Door Slam", que inclusive inspirou o nome da banda. E em se tratando de bons guitarristas, é claro que não poderia deixar de fora Jimmy Hendrix, a música escolhida pela banda é nada mais nada menos que "Red House", sem dúvida um dos pontos altos do show, um blues de tirar o fôlego. O show encerrada com outro cover, dessa vez com a música "Been Down So Long" do The Doors.

Bom não há muito o que dizer da Back Door Slam, a não ser lamentar de certa forma, já que os caras da primeira formação tinham uma carreira promissora pela frente, para a nossa sorte, Davy Knowles decidiu seguir em frente e reformulou a banda. Esse álbum é daqueles que merecem toda a atenção, já que através dele conseguimos relembrar um pouco da história do blues, só que com uma roupagem e uma intensidade diferente. O grande trunfo do Back Door Slam é justamente isso, não se esquecer dos clássicos do blues e ao mesmo tempo investir em novas composições. Sem dúvida uma fórmula que tem tudo para continuar dando certo, com a nova formação. Boa Audição.

Track List

01. Outside Woman Blues
02. Heavy On My Mind
03. Gotta Leave
04. Riding With The King
05. Almost Cut My Hair
06. Come Home
07. Back Door Slam
08. It'll All Come Around
09. Red House
10. Been Down So Long

Back Door Slam - "Outside Woman Blues" (Live)
Cream
1970 - Live Cream
Gênero:Blues / Rock



Lançado em 1970 o álbum Live Cream traz grandes momentos do Power Trio formado por Jack Bruce no baixo e voz, Eric Clapton na guitarra e voz e Ginger Baker na bateria. Esse foi sem duvidas o primeiro super super grupo da historia do rock, e suas atuações ao vivo eram sempre de tirar o folego com longas sessões de improviso nas quais Eric Clapton "deitava e rolava" com seus solos sempre inspirados e sua veia blueseira. Mas essa não era uma banda de guitarrista, Jack Bruce com suas linhas de baixo com influencias jazzistas e Ginger Baker dava um show a parte com suas baquetas.

Como ja citei esse é um álbum de compilações ao vivo da banda, que contém 4 faixas gravadas ao vivo em 1968 e a faixa Lawdy Mama (de 1967) que foi gravada em estudio (musica esta que traz a mesma progressão de Strange Brew, mas com solos de guitarra e vocais diferentes.

Apesar de ser um álbum de destaque para todas as faixas, vou me atrever a dar um destaque "a mais" para a faixa Sleepy Time Time um blues lento com direito aos melhores licks de blues de Clapton, é realmente de arrepiar!

PS: Escute em volume alto! e fique atento as nuances de cada instrumento, esse álbum merece!

Track List

01. N.S.U
02. Sleepy Time Time
03. Sweet Wine
04. Rollin' and Tumblin
05. Lawdy Mama
Johnny Winter
2011 - Roots
Gênero:Blues/Rock



Johnny Winter esta de volta!!! Após sete longos anos longe dos estúdios Winter voltou e diga-se de passagem "quebrando tudo". Johnny Winter poderia ser um daqueles Blueseiros que ja fizeram tanto pelo Blues que poderia viver de shows e esquecer os estudios, mas não (pra nossa sorte!) Winter preferiu fazer um álbum no qual deixa a mostra todas as suas influencias e toda a sua já tradicional "pegada" blueseira na guitarra. Haja visto o nome do álbum "Roots"

O álbum é recheado de participações, alguns dos melhores nomes da guitarra blues, rock e country marcaram presença com Winter. Ao ouvir o álbum logo de cara na faixa T-Bone Shuffle você vai se deparar com o slide guitar do virtuose Sonny Landreth que despeja todos os seus melhores licks em grande estilo, um pouco mais a frente na faixa Done Somebody Wrong é a vez de Warren Haynes mandar um slide que dispensa maiores comentarios. Na faixa Last Night é a vez do gaitista John Popper mostrar serviço, mandando seus solos na medida certa.

Saindo um pouco da pegada Blues a faixa Maybellene apresenta uma levada country e conta com a presença de um dos maiores guitarristas do estilo Vince Gill seus licks e seu timbre são uma atração a parte e abrilhantam a musica.

Como ja disse o álbum é recheado de participações especiais, mas uma que eu não poderia deixar de citar é a do virtuose do slide Derek Trucks na faixa Dust My Broom, que é tocada de forma muito parecida com a original de Elmore James. Pra resumir o álbum é uma verdadeira aula de blues rock, essencial para apreciadores da boa musica!

Para terminar gostaria de deixar os meus parabéns para o blog Jazz e Rock que completou os seus 4 anos de "vida" sempre trazendo boa musica para todos nós!
Parabéns Jazz e Rock (e seu idealizador, meu amigo Daniel Argentino Faria)


Track List

01. T-Bone Shuffle (Sonny Landreth - slide guitar)
02. Further On Up The Road (Jimmy Vivino - guitarra)
03. Done Somebody Wrong (Warren Haynes slide guitar)
04. Got My Mojo Workin’ (Frank Latorre – Harmonica)
05. Last Night (John Popper - harmónica)
06. Maybellene (Vince Gill - guitarra)
07. Bright Lights, Big City (Susan Tedeschi - guitarra e vocais)
08. Honky Tonk (Edgar Winter - sax)
09. Dust My Broom (Derek Truckson slide guitar)
10. Short Fat Fannie (Paul Nelson - guitarra)
11. Come Back Baby (John Medeski - hammond)

Cracker Blues
2009 - Entre o México e o Inferno
Gênero: Blues / Rock / Southern Rock



Quando ouvi o som da banda Cracker Blues, a primeira coisa que me veio à mente foi: Nem tudo no Brasil está perdido. Sim, pois a banda paulista tem como influencia o blues texano, o blues acústico do Mississipi, o southern rock e a pegada do rock setentista. No inicio da carreira a banda tocava um repertório baseado nas obras do ZZ Top, Allman Brothers, Stevie Ray Vaughan, Robert Johnson, entre outros nomes, até começar a incluir composições próprias.

Com 11 anos de estrada, a banda lançou o seu primeiro álbum recentemente, Entre o México e o Inferno (2009). O repertório é formado por 11 canções próprias e todas cantadas em português, um dos destaques do Cracker Blues. As músicas em si são todas excelentes e de uma sonoridade impecável, uma mescla de blues, rock e southern rock. As letras também merecem uma atenção especial, pois são carregadas de temas característicos desses estilos e claro com muita sacanagem (no melhor sentido da palavra).

Entre as músicas, algumas possuem uma pegada mais voltada para rock’n’roll, como “Bolero Maldido”, “Wisky Cabrón”, “Sangue de Segunda”, “Velha Tatuagem” (uma das músicas que deram visibilidade a banda) e “Que O Diabo Lhe Carregue”. Ainda temos o blues acústico “Blues Do Inimigo” e “Oração Para Um Ordinário”, o blues rock “Nascido Em São Paulo” e “Tinhoso”.

A banda é formada por Paulo Coruja (gaita/vocal), Paulo Krüger (baixo), Marcelo “Marcelaza Bottleneck” Vera (guitarra/dobro), Jeferson “Gaucho do Trovão” (bateria), Larrisa Di Nardo e Fernanda Tizado (backings vocals).

Cracker Blues é sem dúvida uma das grandes surpresas da música nacional, ainda mais para quem curte essa pegada do blues, rock e southern rock. Os caras mandam bem demais em todos os sentidos, com uma sonoridade viciante, um instrumental bem trabalhado e letras pra lá de interessantes. Não se preocupe caso você fiquei viciado nesse álbum, é normal. Boa Audição.

Track List

01. Bolero Maldito
02. Whisky Cabrón
03. Velha Tatuagem
04. Sangue de Segunda
05. Blues do Inimigo
06. Nascido em São Paulo
07. Tinhoso
08. Charles Bronson Blues
09. Que o Diabo lhe Carregue
10. Blues 56 - Lobo do Mar
11. Oração Para um Ordinário

Cracker Blues - "Que o Diabo lhe Carregue"Johnny Winter
1978 - Park West Chicago
Gênero: Blues




E vamos de clássico! Continuando nossa seria de discos clássicos hoje o Blog Jazz e Rock traz um álbum raro de Johnny Winter, uma verdadeira lenda viva dentro do Blues e Rock and Roll.

O álbum Park West Chicago é uma daquelas jóias da musica que de tanto garimpar agente acaba encontrando, nesse album Winter despeja todo o seu conhecimento de guitarra blues e em algumas musicas faz longas performances de Voz e Guitarra antes dos outros instrumentos da banda entrarem em ação, e diga-se de passagem que banda!

Você vai ouvir nesse álbum um Johnny Winter no auge da sua criatividade, inspiradissimo, cada solo é uma pequena aula de como se fazer blues ( e rock em Johnny B. Good) na faixa Come On In My Kitchen Johnny mostra um slide guitar no melhor estilo das raizes blueseiras.

Enfim, todas as fixas são incriveis. Grande album, registrou com perfeição o grande momento de Johnny Winter!

Boa Audição

Track List

01. Rolling and Tumbling
02. Come On In My Kitchen
03. Johnny B. Good
04. Mississippi Blues
05. Sweet Home Chicago

Jeff Beck
1989 - Jeff Beck´s Guitar Shop
Gênero: Rock/Fusion/Blues



Continuando a nossa série de Clássicos trago hoje Jeff Beck. Após muita pesquisa, escutei toda a discografia Solo de Beck cheguei a conclusão de que fazer um post sobre Jeff Beck é uma tarefa árdua. (Sendo que pouco tempo atrás pstei um álbum dele, porém queria um álbum um pouco mais a “cara” de Jeff Beck)

Jeff Beck é um clássico por si só! Considerado por muitos como o guitarrista dos guitarristas, certa vez Jimmy Page disse: “- Quando Jeff esta por perto ele é o melhor” ou seja, se o próprio Page disse algo assim, quem sou eu pra dizer outra coisa. Mas voltando a pesquisa. Após ouvir e re-ouvir a discografia de Beck acabei optando pelo álbum Guitar Shop de 1989, que além de ser um trabalho primoroso de Beck traz uma das capas de disco mais conceituada da industria fonográfica.

Dentre algumas curiosidades do álbum a que mais me chama atenção é a falta de um baixista, nesse disco Jeff fez uma formação um tanto inusitada com Tony Hymas nos teclados e Terry Bozzio na bateria e toda a inquietação de Beck nas seis cordas, sendo que o inesperado é o que se espera a cada novo álbum do guitarrista. Outra curiosidade é o fato de Beck dispensar as palhetas e tocar somente com o dedos direto nas cordas ( Jeff deixou a palheta de lado no inicio dos anos 1980) e para terminar com a sessão curiosidades (rs) o álbum Jeff Beck´s Guitar Shop ganhou o Grammy de Melhor Performance de Rock Instrumental de 1989.

Destaque para todas as faixas! Boa audição.

Track List

01. Guitar Shop
02. Savoy
03. Behind the Veil
04. Big Block
05. Where Were You
06. Stand on It
07. Day in the House
0
Gary Moore
1995 - Blues For Greeny
Gênero: Blues/Rock



Olá!

Ao postar o álbum 12x5 dos Rolling Stones tive a idéia de fazer outros post´s no mesmo seguimento, ou seja, em breve o Blog Jazz e Rock trará alguns dos álbuns que marcaram época na historia do rock seja pelas musicas, condições de gravação ou mesmo uma historia que rendeu ao álbum o titulo de Clássico. Certamente deixarei de fora muitos álbuns que você que esta lendo esse texto agora considera clássico, porém além de tudo existe o fator gosto! Sim, isso mesmo, eu posso não agradar a todos com o meu gosto, mas gostaria muito da participação dos leitores e usuários do Blog de forma geral dando dicas de álbuns, bandas e até musicas, vale lembrar que muitas vezes uma única musica já vale um álbum inteiro!

Para abrir essa série de Clássicos começarei com o incrível álbum do saudoso guitarrista Gary Moore "Blues For Greeny". Esse álbum vale pelas musicas, pelo talento de Moore nas seis cordas e pelo fato de que Gary Moore gravou esse disco em homenagem ao seu herói da guitarra Peter Green (esse também tem muita historia mas fica pra um próximo post) no álbum Moore usou uma guitarra Gibson Les Paul que foi vendida a ele pelo próprio Peter Green! O álbum é recheado com alguns dos melhores blues da carreira de Green, com o toque inconfundível e a pegada única de Gary Moore, que traz um timbre um pouco mais suave (com menos distorção) do que nos seus demais trabalhos de Blues/Rock. Enfim, vale cada faixa! Boa audição e em breve trarei outro clássico!

Track List

1. If You Be My Baby
2. Long Grey Mare
3. Merry-Go-Round
4. I Loved Another Woman
5. Need Your Love So Bad
6. The Same Way
7. The Supernatural
8. Driftin'
9. Showbiz Blues
10. Love That Burns
11. Looking For Somebody

Celso Salim & Rodrigo Mantovani
Boa Noite a todos.

A postagem de hoje será apenas uma breve dica, de um álbum que eu comprei na semana passada. O álbum"Diggin' The Blues", do guitarrista de blues Celso Salim e o baixista Rodrigo Mantovani.

A principio não vou fazer nenhuma resenha, deixarei isso para outra oportunidade, mas depois de ouvir esse álbum maravilhoso, não poderia deixar de postar os dois videos promocionais e mais um gravado ao vivo.

O Trabalho é inteiro acústico e teve sua maior parte gravada ao vivo, com um estúdio móvel montado na casa do próprio guitarrista Celso Salim. No repertório estão canções compostas entre as décadas de 30 a 60 de autores como Big Bill Broonzy, Willie Dixon, Muddy Waters e Blind Boy Fuller entre outros.




1989 - It´s Still Called The Blues
Gênero: Blues



O ano era 1989, dia 30 de Julho, pra muitos é só mais um dia que muitos fazem aniversário, mas dentre esses muitos esta a lenda viva do blues Buddy Guy. Conhecido por seu bom humor Buddy decidiu comemorar "essa data querida" com seus amigos no seu Buddy Guy´s Legend Club (seu clube de blues em Chicago). Buddy chamou sua banda, como de costume todos os ingressos esgotados mas faltava a cereja do bolo! Então Buddy Guy convidou seu amigo e também mestre do blues Stevie Ray Vaughan que entra a partir da segunda musica. Pronto a feste esta completa e o resultado disso esta nesse fabuloso álbum com apenas 4 faixas, e alguns dos melhores improvisos de guitarra que você vai escutar do estilo! Exagero? pode até ser, mas o que esperar quando dois mestres se juntam! Entre as faixas, destaco todas! Boa audição!

Track List

01. It´s Called The Blues
02. Champagne And Reefer
03. Mary Had A Little Lamb
04. Leave My Girl Alone

Site Oficial: Buddy Guy

2006 - Outros Nunos
Gênero: Blues/Rock/MBP



Sim, esse é mesmo Nuno Mindelis! Pra quem se acostumou com a ja tradicional pegada blueseira do guitarrista ira estranhar um pouco a sonoridade desse álbum com letras em português e além disso trás elementos de MPB e até Hip Hop. Porém o talento de Mindelis nas seis cordas atravessou estilos e caiu muito bem nesse formato um tanto "diferente". Entre as faixas destaco Tenho Medo e Como Dois Animais musica de Alceu Valença que Nuno recriou de forma genial. Do mais é curtir o som desse bluesman que foi além esta dando ao blues novas direções.

Track List

01. Tenho Medo
02. Mas que Nada
03. Rei dos Animais
04. Se Eu Fosse um Dia o Teu Olhar
05. Como Dois Animais
06. Gosto do Jeito
07. Siglas
08. Nunca se Esqueça
09. Chove Chuva
10. Bossa Folk
11. São Paulo
12. Não Me Diga Nunca Mais
13. Fica para o Próximo Disco

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