".. A música e os pássaros têm muito em comum, é que não conhecem fronteiras, não há lei que os impede navegar ao redor do mundo .. a música começa onde termina a linguagem, porque exprime o inexplicável .."

quarta-feira, 12 de março de 2014

Pink Floyd: entenda o "estilo Gilmour" de tocar guitarra

Defendo que, em se tratando de guitarra, velocidade não é tudo. 

Claro que tocar em alta velocidade às vezes não é nenhum demérito; 

gosto de guitarristas como Paul Gilbert, Steve Vai, Joe Satriani

Andy Timmons, entre outros. Mas Gilmour é um caso à parte, seu estilo melódico

é único, incomparével...é David Gilmour e pronto!!

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Antes de ter qualquer noção sobre escalas, técnicas e outros assuntos sobre guitarra, Gilmour foi o cara que me deu um soco no estômago com aqueles solos longos, feéricos e cheios de feeling. Mas vamos ao que importa: o "estilo David Gilmour" de tocar guitarra.
Antes de mais nada, as linhas a seguir talvez soem um tanto "técnicas", talvez didáticas, mas de fácil entendimento. Analisando o modo como Gilmour toca durante onze anos, pude concluir que ele tem suas bases fincadas no blues, o que é bastante óbvio, e mais óbvio ainda é o fato de ele querer preencher cada compasso da música com o mínimo de notas (em algumas ocasiões).
Mas percebam bem: é complicado "dizer muito" na música com tão poucas notas. Para isso, Gilmour se vale de alguns artifícios. Primeiro, a famigerada escala pentatônica, escala que persegue os guitarristas até a morte. Através dela, Gilmour criou seus próprios licks (desenhos de escalas).
No segundo solo de "Comfortably Numb" é possível notar essa questão sobre licks: notem as partes que ele começa a solar nas cordas mais agudas e termina a escala na corda mais grave (mi). Isso é uma de suas marcas registradas. Guitarristas atuais, como John Petrucci, costumam fazer o inverso, saindo das cordas mais graves para as mais agudas.
Agora, duas ferramentas importantíssimas que perfazem seu estilo: bends e vibratos. Cada guitarrista tem sua pegada própria ao executar bens e vibratos, mas no caso de Gilmour isso chega a ser absurdamente notório. E a coisa fica melhor ainda quando ele executa as duas técnicas ao mesmo tempo, como no solo de "Sorrow". O que quero dizer é: Gilmour estica a corda até certo tom e executa o vibrato, conferindo mais "dramaticidade" aos seus solos.
E, em certos momentos,ele "sufoca" os ouvintes com as chamadas "pausas", técnica típica do blues. Nesse caso, o solo de "Another Brick in the Wall (Part 2)" é emblemático. E, para não me estender muito, finalizo com os arpejos. Quando Gilmour sola, ele geralmente pensa em cada nota preenchendo os acordes da progressão harmônica. Exemplo disso é "Time", em que ele desfila arpejos durante quase toda a música. Em outras palavras, arpejar significa tocar cada nota respeitando as notas que compõem determinado acorde. Agora junte tudo isso ao seu bom gosto em relação a timbres e pedais de efeito.
Às vezes, o difícil é fazer o que aparenta ser fácil e, acreditem, apesar da aparente simplicidade, quem estuda guitarra há de concordar: tocar os solos de Gilmour e, principalmente, tocar com a mesma intenção do guitarrista, não é tarefa das mais fáceis.


Fonte: Pink Floyd: entenda o "estilo Gilmour" de tocar guitarra http://whiplash.net/materias/opinioes/199358-pinkfloyd.html#.UyBIpGJdUhM#ixzz2vm5GcHsg

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