".. A música e os pássaros têm muito em comum, é que não conhecem fronteiras, não há lei que os impede navegar ao redor do mundo .. a música começa onde termina a linguagem, porque exprime o inexplicável .."

segunda-feira, 18 de março de 2013

Polêmicas no Rock


O ano era 1977 e a rainha Elizabeth II comemorava o seu Jubileu de diamante (25 anos no trono). Junto com a comemoração vieram dezenas de homenagens principalmente de artistas ingleses, e os “Sex Pistols” também resolveram “homenagear” a vossa majestade.

A canção era a personificação do movimento Punk inglês, tratando de temas como a Anarquia e com frases que marcaram história como “Não há futuro para a Inglaterra!” e “Deus salve a rainha e seu regime fascista”, além de várias outras acusações regadas ao sarcasmo típico da banda que deixavam evidente o sentimento de revolta do proletariado que sofria uma crise de desemprego, e não aceitava as demonstrações de riqueza da monarquia enquanto a população sofria.

O single trazendo a música foi o segundo mais vendido no Reino Unido, o que causou uma onda de acusações por parte de músicos afirmando que a banda havia sido boicotada e a lista “manipulada” para que “God Save the Queen” não ficasse em primeiro. Isso, aliado ao fato de ter sido proibida pela BBC e por muitas emissoras de rádio, colocam “God Save the Queen” e os “Sex Pistols’ entre as músicas mais controversas da história do Rock.




Em 1968 os Stones se firmavam de vez na história da música com o álbum Beggars Banquet, e logo na primeira faixa já tínhamos a canção que foi de longe a mais polêmica da banda. Escrita por Jagger sobre o nome inicial de “The Devil Is My Name” ela traz a narrativa em primeira pessoa do ponto de vista do próprio Lucifer.

A música trazia uma sonoridade diferente, trazendo um riff que lembrava muito o ritmo do Funk, e a letra consistia em Lucifer relatando de forma narcisiva seus feitos durante a história da humanidade. Com versos como: “E eu estava por lá quando Jesus Cristo teve seu momento de dúvida e dor/ Certifiquei-me de que Pilatos lavasse suas mãos e selasse seu destino”, e “Estava por perto de São Petersburgo quando vi que era a hora de uma mudança/ Matei o Czar e seu ministros, Anastásia gritou em vão”.

A canção também trazia referências diretas aos assassinatos dos Kennedys, e fez com que a banda fosse acusada de incitação à Magia Negra, e muitos inclusive diziam que a letra era uma espécie de “admiração ao demônio” o que causou o boicote de várias emissoras de rádio.

O álbum “Number of the Beast” foi o responsável por firmar o Iron Maiden na cena Heavy Metal, principalmente pela faixa título, que se tornaria um verdadeiro marco do Rock. A música foi muito bem recebida pelo público (tanto que é obrigatória nos shows da banda até hoje), mas também foi atacada por diversos grupos religiosos pela letra que já começava pelo titulo: “O numero da besta”.

A canção fez o grupo ser acusado de satanismo, o que influenciou grupos religiosos a queimar o disco da banda e organizar vários protestos durante a turnê de lançamento do álbum. O clipe também foi editado, e quando era exibido na MTV, o mascote da banda, Eddie, era cortado do final da música.

Os músicos sempre defendiam a canção dizendo que ela era uma espécie de literatura de alguém que está observando a história, e não tinha uma conotação satanista. Algo que é claramente observado no verso: “Isto não pode continuar, devo informar a lei/ Pode ainda ser real, ou apenas um sonho louco?”, mas mesmo assim, as acusações continuam e até hoje muita gente usa ela, o mascote Eddie e outras canções para classificar o Maiden como “uma banda do demônio”.



Um dos clássicos da banda de Thrash-Metal Slayer, "Angel of Death" foi lançada no álbum “Reign in Blood” de 1986. A música foi escrita por Jeff Hanneman, guitarrista da banda, e trata de Josef Mengele, médico do regime nazista que foi o responsável por diversas mortes e experimentos doentios no campo de concentração de Auschwitz, naquele que se tornaria o período mais obscuro da humanidade.

Jeff escreveu a música enquanto estava em turnê com o Slayer e declarou como surgiu a inspiração para a canção: “Eu me lembro de parar em algum lugar e comprar dois livros sobre Mengele. Eu pensei: 'Isso é uma coisa doentia', então quando chegou a hora de gravar para o álbum aquilo ainda estava na minha cabeça – foi daí que veio 'Angel of Death'".

"Angel Of Death" trazia frases fortes como: “Destruindo, sem piedade/ Ao benefício da raça Ariana” e “Patéticas vítimas inofensivas/ Abandonadas para morrer/ Podre anjo da morte/ Voando livremente”, e quando tirada do contexto (que deveria ser de repúdio para com os atos de Mengele) muitas pessoas começaram a afirmar que a banda era Nazista e a música era um tributo a Mengele.



Bon Scott, do AC/DC deixou o mundo de luto com a notícia de sua morte, então era de se esperar diversas homenagens por outros artistas, e quando Blizzard of Ozz foi lançado trouxe a homenagem de Ozzy Osbourne, mas não foi bem assim que algumas pessoas entenderam a música.

A música tratava do alcoolismo, mas alguns versos em especial foram tratados como um incentivo ao suicídio: “Faça sua cama/ descanse sua cabeça/ Mas você se deita ali e se lamenta/ Onde se esconder?/ Suicídio é a única saída/ Você não sabe sobre o que realmente é...”

A controvérsia começou com o título da música, o “Solution” foi tido por muitos como uma afirmação de que o suicídio seria a solução, mas na verdade significava “solução” como uma mistura de substâncias que poderia levar ao suicídio. Para aumentar ainda mais a polêmica sobre a música, John McCollum e Eric A. (dois adolescentes fãs da banda) se mataram com tiros na cabeça e seus pais acusavam a canção de ter sido um dos incentivos para tal ato. Tendo a família do primeiro, inclusive, processado Ozzy, que teve que explicar a letra da música nos tribunais.



Os Beatles  já estavam com a convivência desgastada, quando em 1967 Paul McCartney leu em uma edição da “Melody Maker” (famosa revista especializada em música) uma entrevista de Pete Townshend do “The Who” onde ele afirmava que “I Can See For Miles” era a canção mais alta e barulhenta que alguém já tinha feito. Ao ler isso Paul achou que a música era um “barulho organizado” e decidiu criar a sua própria ópera barulhenta e suja.

Helter Skelter é um nome de um brinquedo que consiste em um tobogã (famoso escorregador) e foi usado por Paul para dar a ideia de como se pode ir do topo ao nível mais baixo rapidamente.

A letra da música é difícil de entender, no começo fala sobre o brinquedo em si: "Quando eu chego ao chão, eu volto para o topo do escorregador, onde eu paro, me viro e saio para outra volta até que eu volte ao chão e te veja novamente." Visto por esse lado a música não é nada polêmica, o problema é que o famoso Serial Killer Charles Manson interpretou os Beatles como “Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse” e acreditava que a música anunciava uma futura guerra racial. Entre os dias 9 de agosto e 10 de agosto de 1969, a "família Manson" cometeu duas chacinas em Hollywood e escreveu nas paredes "Helter Skelter" com o sangue das vítimas. Durante o julgamento de seus crimes, em novembro de 1970, Manson explicou sua interpretação de "Helter Skelter" na corte: "Helter Skelter significa confusão. Literalmente. Não significa Guerra com ninguém. Não significa que eles irão matar outras pessoas. Apenas significa o que significa. Helter Skelter é confusão. Confusão está vindo rápido. Se você não vê que a confusão está vindo rápido, chame do que quiser. Não é minha conspiração, não é minha música. Eu escuto o que relato. Ela diz, ‘Apareça!’ ela diz, ‘Mate!’ Porque me culpar? Eu não escrevi a música. Eu não fui a pessoa que projetou isso na consciência das pessoas.


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