1) Clawstrophobia
2) Mist Eye
3) Sabotage
4) Crossrocker
5) Skullcrusher
6) Let It Grow
7) Rock Band Blues
8) Pavement Artist
9) Strait Jacket
10) Gonna Be Free
11) Loving You
12) Lightning
13) All I Really Need
14) Knock ‘Em Dead
15) Winter
16) Devils
Bônus Tracks
1) Take Me Back
2) Real Mean Rocker
3) Spider's Web
Jimmy Ronnie (guitars)
Wullie Davidson (lead vocals, flute, harmonica)
Alex Wilson (bass)
Billy Lyall (mellotron, piano, saxophone, percussion)
Ian McDougall (drums, percussion)
O Iron Claw foi formado em 1969 na Suécia por Alex Wilson (baixo) que recrutou Jimmy Ronnie (guitarras) e Ian McDougall (bateria), a garotada era toda da faixa de 15 anos de idade e mesmo tão novos já estavam no circuito de música local e eram considerados os melhores músicos.
Antes do Black Sabbath lançar um disco eles andaram perambulando pela Suécia e foi num show em novembro de 1969 no Youth Club em Dumfries que os garotos tiveram o primeiro contato com o Sabbath e chegaram a gravar uma dessas apresentações e segundo dizem por ai não faz muito tempo o baixista Alex Wilson vendeu uma fita dessa apresentação com a primeira versão de "War Pigs" com letra diferente da original pra Ozzy e sua cadela de guarda Sharon Osbourne, esse é o material mais antigo ao vivo do Sabbath. Inclusive essa foi a primeira cover da garotada que não muito satisfeita em tocar apenas covers saiu na tentativa de gravar alguma coisa em estúdio com material escrito por eles e pra isso contratam o vocalista Mike Waller. Em 17 de setembro de 1970 gravam suas primeiras faixas "Mist Eye" e "Sabotage" em 4 canais e na mesma noite. Em 5 de Dezembro do mesmo ano foram pra Londres e lá mais gravações em estúdio com a idéia em mente de montar um LP, 8 músicas gravadas e mixadas em 4 canais, novamente tudo em um dia, com apenas uma guitarra overdub.
Esse primeiro disco leva o nome de "Claustrofobia" e apresenta um lado pesado totalmente influenciado pelo Black Sabbath e um lado mais Hard Rock lembrando Budgie ou Grand Funk, a idéia era que o lado mais Hard do disco pudesse virar potenciais singles.
Em janeiro de 71 o Black Sabbath voltou a excursionar pela Suécia e lá foram os garotos como grandes fãs assistir ao show deles, conseguiram acesso aos caras pra um papo e pediram uma ajuda ao Sabbath pra lançar seu material por alguma gravadora, Iommi e sua trupe pediram uma cópia da master que lhes foi entregue posteriormente quando os membros do Iron Claw viajaram pra Newcastle e tiveram novamente com eles. Mais tarde foram advertidos que a banda ameaçava processá-los por soarem parecidos demais com eles, rs.
Em meados de maio de 71 o vocalista Mike Waller resolve deixar a banda e assim chegou o fim do Iron Claw.
A gravadora Rockadrome que vem resgatando verdadeiras obras-primas perdidas do underground do Heavy/Hard setentista relançou esses trabalhos de estúdio dos caras numa edição de luxo com biografia, fotos e material remasterizado.
Vamos falar um pouco sobre o disco. Como já sabem o Iron Claw nunca lançou um disco, nunca lançou entre aspas pois esse material já circulava em versões piratas e de baixa qualidade. Já ouvimos muitas bandas ao longo dos anos que tentaram tocar como o Black Sabbath de várias formas. Muitas de nossas favoritas, na verdade, estão no doom metal. Mas antes de Witchfinder General, Saint Vitus, Trouble, antes de Candlemass e Cathedral, antes de Sleep, Sheavy, Electric Wizard e Witchcraft... havia o Iron Claw. Eles não cresceram ouvindo os álbuns do Black Sabbath. Não, essa é uma banda que se inspirou na formula do Black Sabbath após vê-los tocar... em 1969! Isso foi antes do primeiro álbum do Black Sabbath sair, que fique claro.
Logo após essa “revelação” de ver o Sabbath, a banda mais popular entre os jovens a pequena banda Iron Claw se tornou o que deve ter sido a primeira banda mundial de tributo ao Black Sabbath, fazendo covers, enquanto trabalhava simultaneamente em materiais originais pela primeira vez. Assim, a influencia do Sabbath sobre as musicas próprias do Iron Claw é bem forte, especialmente na guitarra, menos nos vocais.
Mas em relação ao peso e uma vibração doom geral, Iron Claw está claramente devendo ao Sabbath, enquanto também nos lembra a algumas bandas como T2, May Blitz, Nazareth, e Budgie. Talvez um pouco de Grand Funk Railroad também como já falado acima. Isso era material pesado, especialmente para a época. Além disso eles fizeram uma musica chamada "Skullcrusher" em 1970 quando todos os outros (exceto o Sabbath), estavam na era da paz e amor, flores e rosários, hehe. Inspirados pelo Sabbath eles foram com certeza, mas eles ganham crédito por terem sido um dos primeiros, levando-os a um nível mais alto do rock underground. Mais tarde, quando bandas como Judas Priest e depois a NWOBHM assumiram, esses caras deveriam saber que estavam na frente de todo mundo no que podemos chamar de Heavy Metal.
As dezesseis faixas aqui abrangem vários anos e várias delicadas diferenças das abordagens do Iron Claw, e todas elas são impressionantes, desde as mais antigas, gravações mais recentes como a barulhenta “Clawstrophobia” (sobre um colapso mental de alguém preso em um elevador!) até as mais "sujas" como "Crossrocker" até as tentativas ocasionais de algo mais “pop” (mas ainda pesado, mesmo com trompetes, como em “Loving You”)... tudo a caminho da progressiva fase final da existência do Iron Claw, em faixas como “Winter”, com flauta, claro! Tem também um pouco de harmônica em “Strait Jacket” (a la "The Wizard"). Mas na maioria, The Claw é todo um conjunto de distorção de guitarra, batidas vigorosas de bateria e vocais altos. Além disso, tem esquisitices psicodélicas aos montes nos interlúdios, como o tímido Mellotron no começo de "Pavement Artist" e o assustador e surpreendente interlúdio em "Devils" – uma musica inspirada quando a banda viu a estréia do filme de Ken Russell com o mesmo nome no Festival de Filmes de Edimburgo.
É um cd realmente bem feito, o encarte traz fotos e várias páginas com a historia da banda, junto com as letras e notas em cada faixa escritas por um dos camaradas sobreviventes do Iron Claw (infelizmente, alguns membros já morreram). A qualidade do som varia, geralmente de baixa fidelidade mas bastante aceitável para demos, e nem de perto tão irregular como aquele disco do Bedemon (fase embrionária do Pentagram) por exemplo.
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