A música hoje em dia é desnecessariamente alta, diz Alan Parsons
- O músico Alan Parsons
Ele é o engenheiro de som mais famoso do mundo, e parece ter incorporado os ensinamentos do compositor e teórico John Cage, que propagandeava o potencial musical do silêncio. Lacônico, de respostas frias e monossilábicas, Alan Parsons tem seu toque de midas eternizado em alguns dos monolitos do rock --"Abbey Road" e " Let It Be", dos Beatles, e "The Dark Side of the Moon", do Pink Floyd, estão entre eles.
Fundador do Alan Parsons Project anos 1970 e atualmente com sua banda solo, o músico volta ao Brasil para uma apresentação única em São Paulo, nesta sexta (28), no HSBC Brasil.
No repertório, estarão velhos hits do que ele mesmo define como um curioso e bem arranjado "pop progressivo". "Time", "Eye In The Sky" "The Raven" , "I Robot" e várias outras peças de um tempo em que o som dos discos priorizava a profundidade e os detalhes dos instrumentos, em detrimento do mais alto volume, como é a praxe nos dias de hoje.
"Concordo totalmente com isso. E é por isso que nós gravamos até hoje de forma analógica, tradicional. Hoje em dia parece que todos querem provar que seus discos são mais altos do que os dos outros. Isso realmente não é necessário", diz Parsons por telefone ao UOL.
Para o Phd das mesas de som, existiria, então, uma estratégia para a "gravação perfeita"? "Não há uma fórmula mágica. É preciso experiência e entender o que é o rock. Certos produtores e engenheiros podem trabalhar e, com o tempo, desenvolver seu estilo, mas sempre vai faltar algo. Ninguém nunca pode ser perfeito."
A perfeição, no entanto, é frequentemente associada aos discos nos quais trabalhou, antes de formar sua própria banda e experimentar o sucesso comerical. Parsons lida de forma natural (quase com indiferença) com a invejável oportunidade de dividir estúdio com Lennon, McCartney, Roger Waters e David Gilmour.
"Não havia diferenças em trabalhar com essas bandas. Na época dos Bealtes eu era apenas um 'trainee', aprendendo a ser um engenheiro. Mas eu estava lá. Já fazer o 'Dark Side' foi uma grande alegria, uma oportunidade incrível. Todos gostavam uns dos outros e estavam felizes na época. Aprendi com o Roger [Waters] o senso de unidade, de trabalhar em equipe. E era muito bom fazer parte daquele time."
Embora há anos afastado das paradas de sucesso, Alan Parsons segue como influência inconsciente no universo pop. Praticamente Impossível não lembrar da produção caprichada ao estilo AOR de 'Eye In the Sky' ao ouvir "Instant Crush", do Daft Punk com o vocalista Julian Casablancas.
"Não escuto música quando estou em casa. Mas às vezes vejo o que estão fazendo. Outro dia vi o Daft Punk no Grammy. Gosto do que eles fazem, são ótimos. As pessoas dizem que eles são influenciados por mim. O que você acha?"
Diante da resposta "em cima do muro" do repórter, Parsons sinaliza o que considera o elo de sua música com a da atual geração, que aprendeu a consumir música por meio de downloads. Uma espécie de retorno à era dos singles e compactos, que jamais caíram em desuso em sua Inglaterra natal.
"A verdade é que hoje em dia eu não vejo mais a necessidade de fazer um disco 'cheio'. Em vez disso preferimos colocar, aos poucos, uma música ou duas para download. Acho que isso é o que as pessoas querem hoje em dia", afirma o músico, que não lança um álbum completo desde 2004, com "A Valid Path".
Fundador do Alan Parsons Project anos 1970 e atualmente com sua banda solo, o músico volta ao Brasil para uma apresentação única em São Paulo, nesta sexta (28), no HSBC Brasil.
No repertório, estarão velhos hits do que ele mesmo define como um curioso e bem arranjado "pop progressivo". "Time", "Eye In The Sky" "The Raven" , "I Robot" e várias outras peças de um tempo em que o som dos discos priorizava a profundidade e os detalhes dos instrumentos, em detrimento do mais alto volume, como é a praxe nos dias de hoje.
"Concordo totalmente com isso. E é por isso que nós gravamos até hoje de forma analógica, tradicional. Hoje em dia parece que todos querem provar que seus discos são mais altos do que os dos outros. Isso realmente não é necessário", diz Parsons por telefone ao UOL.
Para o Phd das mesas de som, existiria, então, uma estratégia para a "gravação perfeita"? "Não há uma fórmula mágica. É preciso experiência e entender o que é o rock. Certos produtores e engenheiros podem trabalhar e, com o tempo, desenvolver seu estilo, mas sempre vai faltar algo. Ninguém nunca pode ser perfeito."
A perfeição, no entanto, é frequentemente associada aos discos nos quais trabalhou, antes de formar sua própria banda e experimentar o sucesso comerical. Parsons lida de forma natural (quase com indiferença) com a invejável oportunidade de dividir estúdio com Lennon, McCartney, Roger Waters e David Gilmour.
"Não havia diferenças em trabalhar com essas bandas. Na época dos Bealtes eu era apenas um 'trainee', aprendendo a ser um engenheiro. Mas eu estava lá. Já fazer o 'Dark Side' foi uma grande alegria, uma oportunidade incrível. Todos gostavam uns dos outros e estavam felizes na época. Aprendi com o Roger [Waters] o senso de unidade, de trabalhar em equipe. E era muito bom fazer parte daquele time."
Embora há anos afastado das paradas de sucesso, Alan Parsons segue como influência inconsciente no universo pop. Praticamente Impossível não lembrar da produção caprichada ao estilo AOR de 'Eye In the Sky' ao ouvir "Instant Crush", do Daft Punk com o vocalista Julian Casablancas.
"Não escuto música quando estou em casa. Mas às vezes vejo o que estão fazendo. Outro dia vi o Daft Punk no Grammy. Gosto do que eles fazem, são ótimos. As pessoas dizem que eles são influenciados por mim. O que você acha?"
Diante da resposta "em cima do muro" do repórter, Parsons sinaliza o que considera o elo de sua música com a da atual geração, que aprendeu a consumir música por meio de downloads. Uma espécie de retorno à era dos singles e compactos, que jamais caíram em desuso em sua Inglaterra natal.
"A verdade é que hoje em dia eu não vejo mais a necessidade de fazer um disco 'cheio'. Em vez disso preferimos colocar, aos poucos, uma música ou duas para download. Acho que isso é o que as pessoas querem hoje em dia", afirma o músico, que não lança um álbum completo desde 2004, com "A Valid Path".